A pesquisa de satisfação popular
é o primeiro movimento necessário para se montar qualquer estratégia política.
Não falo aqui de pesquisas que se reduzem a análise de quadros eleitorais, mas
sim qualitativas ou quantitativas com aspectos analíticos.
O distanciamento do meio político
da realidade social faz com que instrumentos de estratégia e de ação
administrativa sejam especulados em vez de mensurados tecnicamente.
Achismos baseados normalmente em
interesses individuais de assessorias, levam a diagnósticos de ação política
equivocados, uma espécie de bússola ao contrário.
Correções na imagem, no foco de
atuação, no discurso pessoal, nas áreas eleitorais de ação, são diagnosticados na pesquisa prévia.
O purista e o mal informado dirão que o homem público não deve se valer de pesquisas para sua ação, o primeiro
por causa do tabu da imagem moldada a partir dos anseios populares, o segundo por
ter nela a imagem negativa de pesquisas quantitativas em fase eleitoral, em
virtude da sua manipulação por órgãos tendenciosos.
Recentemente, no Reino
Unido, institutos cravavam que os conservadores perderiam a eleição e o
primeiro-ministro David Cameron garantiu ter pesquisas internas que mostravam a
real projeção do seu partido, que como vimos, acabou tendo uma vitória
esmagadora. Ele, inclusive, cantou o resultado final da eleição três dias antes
do sufrágio.
Na verdade as pesquisas detectam
os anseios populares, ela é o extrato da vontade dos segmentos da sociedade,
diagnósticos são feitos em cima de interrogações como : A área de governo que está funcionando mal e bem,
pontos falhos dos setores administrativos e motivos, expectativas e anseios dos
munícipes, imagem real dos agentes políticos locais e regionais.
O extrato da análise retirada
destas pesquisas qualitativas, feito com profissional especializado, servirá
com toda a certeza para melhorar o desempenho dos Executivos que quase sempre estão
a deriva, muitas vezes por questões de falta de aplicação de estratégias de
gestão e de marketing.
A pesquisa qualitativa, quanto a
imagem, faz um alerta aos políticos de posturas inadequadas e contrárias aos
costumes gerais, não prego aqui a montagem de um personagem falso mas sim a
congruência ética de determinado líder com a sociologia de seu eleitor, isso
chama-se empatia, proximidade, o que leva naturalmente a defesa de interesses
comuns daqueles que o elegeram.
Nos Estados Unidos, por exemplo,
é inconcebível uma campanha eleitoral não ter uma equipe específica orientada
para pesquisas. É chamado de “Research Satff”, em que existem profissionais que
trabalham exclusivamente pesquisas qualitativas, outros quantitativas e
investigativas, e uma terceira parte denominada “oppo”, que é uma
busca constante de informações sobre os adversários. A função é municiar
constantemente a equipe de estratégia com dados para que a orientação da
campanha seja cada vez mais racional e menos indutiva.
Renato Dorgan Filho, 40, MBA em Marketing Político e Comunicação Eleitoral, Consultor Político e Advogado Especializado em Direito Constitucional e Bruno Soller Carvalho, 30, Consultor Político, Relações Internacionais, proprietários da Travessia Estratégia e Marketing.
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