Depois da poeira das passagens
baixar, interesses difusos apareceram na última semana: Fora Dilma, Fora
Alckmin, PEC 37, volta dos militares e fechamento do Congresso, Reforma do
sistema de saúde e educação, Gastos com a Copa, Infraestrutura Precária, Corrupção
desenfreada, Reforma Política, etc.
O mix de reivindicações, quase
sempre conflitantes, abre precedente interessante em nosso momento político:
que tudo será discutido, e a sociedade a partir de agora terá que ser ouvida.
Um avanço da democracia e da república
brasileira, e uma mudança radical na estratégia política exercida pelos grupos
dominantes.
A falta de uma liderança
organizada é ainda mais assustadora para o poder formal. Ele não as detecta,
não consegue buscar pactos, o primeiro passo para definir uma estratégia é
conhecer seu oponente.
Mas aqui trata-se do povo
brasileiro, em grande maioria jovens da classe média de grandes centros, a real
ressonância da informação no mundo virtual, causando efeito dominó nas massas.
O que aconteceu abrirá novo
precedente na relação eleito e eleitor, percebemos depois de muito tempo que
eleger alguém não significa passar uma procuração em branco que somente será
analisada daqui a quatro anos.
O político sábio refletirá sobre
o momento, mudará a posição das velas e a maneira de jogar os remos no mar, o
desconectado e o cruel resistirá, e se apegará a seus fisiologismos e a brechas
legais e ilegais para se manter.
No mundo das ações, tenho dúvidas
sobre a última resposta da Presidente à opinião pública, medidas um tanto
panfletárias. As mudanças colocadas são necessárias e precisam ser tomadas, mas
precisam ser feitas no rito da democracia participativa.
Quanto a reforma política, ela
talvez é uma das mais necessárias, mas a questão do plebiscito é inútil,
constituinte exclusiva não existe, o instrumento da Emenda Constitucional e da
lei ordinária supre a maioria das mudanças necessárias. Mudar a Constituição
através de plebiscitos genéricos, fora dos ditames do Direito Constitucional,
abre a porta para riscos claros ao estado democrático de Direito.
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