sexta-feira, 28 de junho de 2013

“As coisas precisam mudar para continuar as mesmas” (Visconti).


Depois da poeira das passagens baixar, interesses difusos apareceram na última semana: Fora Dilma, Fora Alckmin, PEC 37, volta dos militares e fechamento do Congresso, Reforma do sistema de saúde e educação, Gastos com a Copa, Infraestrutura Precária, Corrupção desenfreada, Reforma Política, etc.

O mix de reivindicações, quase sempre conflitantes, abre precedente interessante em nosso momento político: que tudo será discutido, e a sociedade a partir de agora terá que ser ouvida.

Um avanço da democracia e da república brasileira, e uma mudança radical na estratégia política exercida pelos grupos dominantes.

A falta de uma liderança organizada é ainda mais assustadora para o poder formal. Ele não as detecta, não consegue buscar pactos, o primeiro passo para definir uma estratégia é conhecer seu oponente.

Mas aqui trata-se do povo brasileiro, em grande maioria jovens da classe média de grandes centros, a real ressonância da informação no mundo virtual, causando efeito dominó nas massas.

O que aconteceu abrirá novo precedente na relação eleito e eleitor, percebemos depois de muito tempo que eleger alguém não significa passar uma procuração em branco que somente será analisada daqui a quatro anos.

O político sábio refletirá sobre o momento, mudará a posição das velas e a maneira de jogar os remos no mar, o desconectado e o cruel resistirá, e se apegará a seus fisiologismos e a brechas legais e ilegais para se manter.

No mundo das ações, tenho dúvidas sobre a última resposta da Presidente à opinião pública, medidas um tanto panfletárias. As mudanças colocadas são necessárias e precisam ser tomadas, mas precisam ser feitas no rito da democracia participativa.

Quanto a reforma política, ela talvez é uma das mais necessárias, mas a questão do plebiscito é inútil, constituinte exclusiva não existe, o instrumento da Emenda Constitucional e da lei ordinária supre a maioria das mudanças necessárias. Mudar a Constituição através de plebiscitos genéricos, fora dos ditames do Direito Constitucional, abre a porta para riscos claros ao estado democrático de Direito.


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quarta-feira, 19 de junho de 2013

A nova geração e a velha política.

Venho a algum tempo escrevendo sobre a distância da classe política das realidades populares.

O modo de se operar as crises ainda faz parte de um mundo antigo. O maquiavelismo na política internacional está pela primeira vez perdendo força em 500 anos.

As novas gerações não compreendem mais Maquiavel e suas aulas de estratégia para César Bórgia e Lorenzo di Medici. Percebem mesmo não conhecendo a história, que isso levou a um mundo profundamente desigual, conflituoso e frustrante.

Eles são sinceros, sarcásticos, pouco tolerantes, possuem um sentimento de quem não tem muito a perder. Não acreditam em quase nada.

No Brasil destaco dois fatores principais para esta descrença: educação pública de péssima qualidade e desestímulo do empreendedorismo e primeiro emprego, soma-se isso a um sistema de saúde ineficaz, falta de políticas de esporte e cultura, e uma crise no modelo tradicional da família brasileira.

Esta geração não pensa de forma cartesiana e sim tridimensional, possui uma moral que se baseia mais na ética grega do que na fé religiosa, são bem informados e pouco cultos, os sonhos são expostos através de games e não de literatura ou cinema americano.

Se identificam nas competições esportivas, e se comunicam através das redes sociais, não acreditam nas informações da TV aberta, preferem ritmo à música, o antigo não significa nada pois não os levou a lugar nenhum.

De outro lado a maioria da classe política se comunica com este jovem através do marketing tradicional e de programas inúteis, nas ações políticas uns contentam os anseios repressores das elites e outros manipulam com sobras as massas, ainda duvidam de redes sociais como instrumentos de inclusão e resistem às mudanças nas relações humanas de trabalho.

Se a classe política não se reinventar será deletada, sob pena de nossos redemocratizadores sumirem do mapa político, dividindo o futuro entre: bons moços, revolucionários, fanáticos e déspotas.



quarta-feira, 5 de junho de 2013

Marketing Ambiental


Esta é a semana do meio ambiente, assunto amplamente discutido nos últimos anos, temas como efeito estufa, proteção ambiental, coleta de resíduos, poluição da água, energias alternativas fazem parte de nosso dia a dia.

Virou bonito falar de meio ambiente, antes um conceito de esquerda como diziam os conservadores desenvolvimentistas, hoje uma questão de ser mocinho ou vilão. A defesa de uma sociedade ambientalmente sustentável é necessária e vital.

O drama de nossa era é ter que agregar valor econômico a tudo, sem ganhar alguma coisa em troca, governos e grandes empresas não realizam nada, este algo seriam vantagens políticas, de valorização da imagem e principalmente compensações financeiras.

No futuro ficaremos assustados quando dissermos aos nossos netos que devastamos uma floresta mas compensamos com reflorestamento em outro lugar, ou que as grandes empresas poluidoras emitem certificados de valor econômico para financiar projetos ambientais em detrimento da emissão dos seus gases à atmosfera, ou seja, mato aqui e cuido ali.

O marketing de empresas ambientalmente conscientes, e de ação objetiva em prol ao desenvolvimento sustentável é digno de aplausos, e tem que ser feito para projetar as marcas e servir de exemplo.
Tomem cuidado as grandes empresas que não realizam nenhum projeto de consciência ou gestão ambiental, não bastará colocar uma plantinha na sua marca que o consumidor formará uma opinião positiva sobre ela, a mídia e as redes sociais divulgam os seus deslizes cotidianamente, trabalho escravo, calotes tributários, poluição de rios, tais atitudes destroem qualquer marketing bem feito.

A ação ambiental sob forma de projetos é que dará esta credibilidade, e daí entra o marketing como divulgação, e não como um simples ilusionista de boa imagem.


Como imagem, uma atitude ambiental positiva e divulgada, valoriza a empresa, agrega valores extra consumo, compra-se uma ideologia, um modo de ser e agir do bem, e é para este lugar que caminha o futuro.