Um dos males da administração
pública atual é o abandono da meritocracia.
Meritocracia é a conquista de
postos de trabalho baseados única e exclusivamente no mérito de desempenho
profissional, e no conhecimento sobre determinada área da administração.
O que vem acontecendo cada vez
mais é que as acomodações políticas, impossibilitam a ocupação devida de espaços
públicos, que deveriam ser feitas por pessoas com formação compatível aos
cargos que existem.
O desempenho de vários setores do
executivo e legislativo brasileiro, é um dos piores do mundo, dentre os principais
motivos está o excesso de instrumentalização política de natureza eleitoral (cabides
de emprego).
Por exemplo, faltam profissionais
qualificados no setor de engenharia e gestão de tráfego, motivo: os setores de
transportes se transformaram num acúmulo de profissionais sem a formação
direcionada ao setor, um dos motivos do caos no trânsito das grandes
metrópoles.
Outro exemplo: setores como
ouvidoria de órgãos de serviços ao cidadão, são ocupados por profissionais
destreinados, desinformados e despreparados psicologicamente, para o
atendimento de reclamações e soluções esperadas pelo contribuinte.
Sem falar em setores estratégicos
e essenciais como departamentos de informação, saúde, educação, pensamento
estratégico e até planejamento.
Assistimos ao longo dos anos, o
inchaço da máquina administrativa com cabos eleitorais que possuem alguma
concentração de poder de transferência de votos, ocupando espaços de
qualificados e bem intencionados profissionais que acabam sendo abraçados pela iniciativa
privada.
Os jovens idealistas e ansiosos
por uma carreira de sucesso, ao detectarem este quadro inóspito que se
transformou a indústria do apadrinhamento político, fogem do setor público e
pegam aversão ao sistema político.
O sistema de comissionamento e de
funcionários de confiança é necessário, desde que feitos com profissionais
qualificados e direcionados à uma função administrativa específica.
Acontece que normalmente isso
perde a mão, e o poder de instrumentalização da máquina ultrapassa o limiar do
espírito público, e coloca em risco o funcionamento de setores estratégicos e
essenciais da administração pública.
Muitas vezes, não se entende os
motivos do porquê um Secretário do Executivo Municipal, Estadual ou até um Ministro, que tem boa vontade ou um histórico
de competência administrativa em outros setores, não consiga desempenhar o esperado,
a resposta a meu ver é simples : a montagem da equipe.
Em primeiro lugar deve se priorizar
uma equipe que saiba planejar, voltada para a eficiente gestão administrativa, em
segundo, a existência de um departamento de marketing e comunicação ativo, que
não somente divulga o que vem sendo feito, mas que interligue os setores da
sociedade no desempenho da função pública, aprendendo a ouvi-los, aprimorando os serviços, criando junto a gestão
soluções rápidas e eficientes. Com o inchaço de cargos isso se torna impossível,
enquanto os bons funcionários tentam fazer algo, os maus aguardam a próxima
eleição.