segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A ocupação de cargos públicos.

            

Um dos males da administração pública atual é o abandono da meritocracia.

Meritocracia é a conquista de postos de trabalho baseados única e exclusivamente no mérito de desempenho profissional, e no conhecimento sobre determinada área da administração.

O que vem acontecendo cada vez mais é que as acomodações políticas, impossibilitam a ocupação devida de espaços públicos, que deveriam ser feitas por pessoas com formação compatível aos cargos que existem.

O desempenho de vários setores do executivo e legislativo brasileiro, é um dos piores do mundo, dentre os principais motivos está o excesso de instrumentalização política de natureza eleitoral (cabides de emprego).

Por exemplo, faltam profissionais qualificados no setor de engenharia e gestão de tráfego, motivo: os setores de transportes se transformaram num acúmulo de profissionais sem a formação direcionada ao setor, um dos motivos do caos no trânsito das grandes metrópoles.

Outro exemplo: setores como ouvidoria de órgãos de serviços ao cidadão, são ocupados por profissionais destreinados, desinformados e despreparados psicologicamente, para o atendimento de reclamações e soluções esperadas pelo contribuinte.

Sem falar em setores estratégicos e essenciais como departamentos de informação, saúde, educação, pensamento estratégico e até planejamento.

Assistimos ao longo dos anos, o inchaço da máquina administrativa com cabos eleitorais que possuem alguma concentração de poder de transferência de votos, ocupando espaços de qualificados e bem intencionados profissionais que acabam sendo abraçados pela iniciativa privada.

Os jovens idealistas e ansiosos por uma carreira de sucesso, ao detectarem este quadro inóspito que se transformou a indústria do apadrinhamento político, fogem do setor público e pegam aversão ao sistema político.

O sistema de comissionamento e de funcionários de confiança é necessário, desde que feitos com profissionais qualificados e direcionados à uma função administrativa específica.

Acontece que normalmente isso perde a mão, e o poder de instrumentalização da máquina ultrapassa o limiar do espírito público, e coloca em risco o funcionamento de setores estratégicos e essenciais da administração pública.

Muitas vezes, não se entende os motivos do porquê um Secretário do Executivo Municipal, Estadual ou até um  Ministro, que tem boa vontade ou um histórico de competência administrativa em outros setores, não consiga desempenhar o esperado, a resposta a meu ver é simples : a montagem da equipe.

Em primeiro lugar deve se priorizar uma equipe que saiba planejar, voltada para a eficiente gestão administrativa, em segundo, a existência de um departamento de marketing e comunicação ativo, que não somente divulga o que vem sendo feito, mas que interligue os setores da sociedade no desempenho da função pública, aprendendo a ouvi-los,  aprimorando os serviços, criando junto a gestão soluções rápidas e eficientes. Com o inchaço de cargos isso se torna impossível, enquanto os bons funcionários tentam fazer algo, os maus aguardam a próxima eleição.



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Transporte : a vocação precisa mudar.


A discussão sobre hidrovias e ferrovias se alastra faz anos, nos perguntamos do por quê países como Estados Unidos, Rússia e China, de dimensões parecidas com o Brasil, se utilizarem destas vias, e nós insistirmos com as Rodovias, caminhões e diesel ?

Os governos que se alternam se desculpam , com argumentos frágeis das obras demoradas e bilionárias  que acarretam despesas enormes e tempo demasiado. Sabemos que  isso não passa de desculpa, que só servem  para encobrir os dois principais motivos da inação: ineficiência administrativa e corrupção.

A ineficiência se baseia na ocupação dos cargos diretivos , norteada por indicações políticas que não convém  com a realidade técnica dos mandatos, e uma  centralização impossível de administrar através do poder central (Ministério dos Transportes e DNIT).

O Sistema estabelecido facilita a corrupção, pois obras bilionárias são mais fiscalizadas e sua solução passa pelas mãos de poucos, enquanto que no caos proposital  das pequenas obras os negócios são vastos e quase que imperceptíveis.

Por exemplo, a hidrovia Telles Pires que serviria para escoar a produção da soja matogrossense até Belém não fica pronta, pois necessita de adaptações, principalmente da necessidade da remoção de pedras no leito dos rios em que passa, obra que não sairia por menos de 1 bilhão de reais, preço semelhante a um dos estádios fantasmas (Cuiabá, Manaus ou Natal) que estão sendo construídos para a Copa de 2014 .

Preferimos escoar a maior produção de soja do mundo cortando o país do Mato Grosso ao porto de Santos, em estradas destruídas, pedágios caros, poluição inevitável de combustíveis, dobrando o custo do frete.

Um dos fatos importantes, que não deixa a construção de ferrovias e o uso correto de hidrovias se concretizar, é a força política (lobby no Congresso) e midiática (anúncios nos grandes veículos de comunicação) das montadoras automotivas em nosso país, que influenciam diretamente o Executivo no uso da malha rodoviária.

A política atual do “Eu quero é vender combustível”, que choca com o que propõe o espírito da criação da Petrobrás de fomento da economia brasileira, somente ajuda nesta Ditadura Rodoviária que sofremos, uma mentalidade muito simplista, equiparando por baixo nosso país a uma realidades saudita.

Estamos pagando um preço muito caro, por defender o interesse de duas dezenas de multinacionais européias, norte americanas e asiáticas em detrimento ao nosso desenvolvimento ambientalmente sustentável (caos nos grandes centros) e o  crescimento econômico do país (logística, custo, rapidez).

A política de transporte tem que ser revista nas Eleições de 2014, sob pena de na próxima eleição elegermos um automóvel para Presidente.