sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A REDE veio para confundir



               Tivemos nesta semana a criação da bem intencionada REDE, reunião de novas e velhas figuras, que segundo elas próprias querem criar uma nova forma de se fazer política.

                Nos últimos anos o quadro partidário se dividiu num primeiro plano entre o PT e sua hegemonia nacional e a força tucana concentrada em São Paulo, e num segundo plano nos Partidos  que possuem forças locais e de influência no Congresso Nacional (PMDB, PSD, PSB, PP, PR).

                Desenha-se uma nova conjectura nacional, a criação da REDE mudará a discussão política no país, temas como: sustentabilidade, ética e preceitos de gestão moderna serão abordados amplamente o que forçará uma posição dos partidos tradicionais ante os temas que aparecerão.

                Acontece que não se iludam os sonháticos da REDE achando que será um grupo iluminista que contagiará a massa popular com visões do paraíso. O marketing da apolítica penetrará  principalmente em grandes capitais e nos níveis altos da pirâmide social. O que não dá lastro para grandes disputas eleitorais e corpo político em composições partidárias que normalmente são de natureza fisiológica.

                Na disputa presidencial em si acredito que Marina terá um bom espaço no quadro que se desenha, ela tem bons arquétipos necessários na nova política: identidade com as massas, religiosa, mulher, ficha limpa e pensa o futuro.

                Isso forçará o PT a retomar postos abandonados em setores antigamente dominados por ele: como o terceiro setor, ambientalistas, pastorais, intelectuais e que hoje se distanciam dele por alianças com setores fisiológicos da sociedade.

                Já a oposição terá que se reformular com ou sem a REDE, erros como: críticas constantes ao governo federal, equipes ultrapassadas nos executivos, marketing obsoleto e discursos indecifráveis, a estão levando para um futuro incerto.

            E o grupo que se desenha na própria base do governo federal, Eduardo Campos, PMDB, PSD? Isso é 2018, uma outra história.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A classe C veio para ficar.




Todos falam da classe C, ela se tornou o modismo da intelectualidade brasileira o grande alvo do mercado publicitário e do marketing político.
A nova classe C não é uma reedição clássica da velha classe média, que aos poucos emergiu à classe média alta (classe B) ou que em sua maioria simplesmente desapareceu com os reveses econômicos do país e o enfraquecimento do casamento tradicional.
Esta nova classe já concentra em 2012 mais da metade da população brasileira, seus jovens estudaram mais possuindo renda superior a seus pais, influenciam no poder de decisão política e de consumo de suas famílias.
O mais importante:  não aceitam mais as imposições de hábitos e escolhas da elite dominante, são mais enraizados com os hábitos locais, nunca se esteve tão em alta a beleza morena, o futebol, a música brasileira seja ela boa ou má, ou o churrasco em casa com os amigos do bairro.
Esta grande mudança precisa ser compreendida pelo mundo político, os membros desta classe sofreram problemas financeiros e sociais no passado, muito em função de desmandos de políticas econômicas equivocadas oriundas de uma distancia elitista entre político e eleitor,  em detrimento disso não aceitam mais promessas que não se cumprem, sorrisos artificiais,  corrupção desenfreada, moralismos ou governos inertes.
Eles não buscam status, grandes fortunas, erudição, amigos interesseiros, são mais sinceros que as classes mais dominantes, seus ídolos não estão mais na elite, não aceitam mais assédios morais de seus superiores.
Este eleitor quer ser feliz, sabe que a educação e o crédito levam a uma melhoria econômica,  uma tranqüilidade que muitas vezes desestabilizou seu lar no passado.
Quem fizer algo que modifique realmente a vida e o destino destas pessoas conquistará sem dúvida alguma o seu voto. O momento eleitoral será cada vez mais o momento desta nova classe mostrar que veio pra ficar.

* Renato Dorgan Filho, advogado constitucionalista, MBA Marketing Político.