Falamos muito nas redes sociais
(twitter, facebook, youtube, etc.) como elemento de comunicação do candidato,
afinal elas significam mídias que provocam a interação direta e imediata entre o
eleitor e o seu representante.
As redes sociais nos livram das
amarras da Televisão e do Rádio (limites de tempo, controle de programação e
alto custo), são mais eficazes e baratas do que a impressão de material gráfico
(problemas de logística evidentes e alcance consideravelmente limitado).
Mesmo assim a classe política
ainda não mergulhou nesta mídia, que veio para modificar a maneira de se
comunicar, o motivo mais evidente é o receio da interação direta com o eleitor.
A maioria usa as redes sociais apenas
para comunicar informações diárias, uma espécie de agenda em movimento (o que o
político fez ontem), no máximo publica-se
artigos chapa branca sem nenhum apelo de marketing ou discussão eficaz.
As redes sociais acabam virando
um site em rede, uma série de interações dinâmicas não são realizadas, o que
leva o eleitor a ter uma visão de desconexão ainda maior com o seu representante.
Acontece que a classe política em
sua maioria não compreende a diferença entre comunicação e marketing, o
primeiro é informação, publicidade, o segundo é estratégia de persuasão e
convencimento. ONGS e grupos organizados dão um show nas redes sociais nesta
interação, através de vídeos, grupos de discussão, bate papo e até games.
Enquanto isso as assessorias
parlamentares, normalmente de formação jornalística, não compreendem que o
eleitor além de ser informado, quer ser conquistado com projetos futuros sérios
e explicações convincentes do que está se fazendo de real no presente.
O eleitor quer falar, participar
das ideias e feitos de seu representante, quer saber se ele é de fato humano, se
pensa sobre questões polêmicas, se acredita em algum modelo econômico, social e
ético, se tem coragem de criticar acontecimentos nacionais e internacionais, se
está fazendo algo de real em prol da sociedade naquele momento.
O eleitor não quer saber de
agenda de políticos, que se baseia normalmente em reuniões com grupos regionais
e setoriais ou inaugurações, só se interessarão por estas informações se vierem
sob forma de conquistas, feitos que beneficiem a sua vida, e que mesmo assim precisam
ser bem explicados, senão o inconsciente do eleitor as lê como um encontro de
poderosos em cima de um palanque, ou caça a votos.
Neste contexto as redes sociais
são a mídia ideal, mas sem conteúdo e ações que realmente transmitam
credibilidade a este eleitor, elas se tornam espelhos digitais do vazio e
teatro que vivem a maioria de nossos representantes.