Fala-se muito sobre reforma política, e mais precisamente
sobre financiamento público de eleições, isso me parece aquele agricultor que
resolveu curar a árvore cortando seus galhos mais aparentes, mas esqueceu que
quando ela está podre nada adianta, tem que se cortar o mal pela raiz.
Financiamento público eleitoral abrirá vias para caixa dois
nas eleições, dinheiro em espécie, uma brecha para lavanderias de empresas sonegadoras,
e o pior de tudo, de setores ilegais como o crime organizado (tráfico de drogas
e pessoas, jogo, prostituição, comércio de armas, etc.), a política será tomada
por setores perigosos da sociedade.
O remédio inicial é o Voto Distrital, foi meu objeto de
Dissertação em minha pós graduação em Direito Constitucional no ano de 2001,
mas com o tempo e a prática no dia a dia político destes últimos quinze anos
mudei de opinião no que se refere a sua modalidade, escrevi sobre o Voto
Distrital Puro (modelo norte-americano) quando o voto para os parlamentos se
reduz a eleição de escolhido pelo Distrito Eleitoral, agora sou a favor do Voto
Distrital Misto.
O Voto Distrital Misto contempla o poder da representação
local, não deixando nenhuma região abandonada junto aos Executivos, mas
contempla também representantes partidários e de setores da sociedade,
economia, terceiro setor, religiosos e ideológicos, enriquecendo a discussão
parlamentar, não a reduzindo a um mero
parlamentar despachante de verbas e emendas para atender suas localidades quase
sempre como uma estratégia eleitoral.
Doa a quem doer parte do problema da corrupção se resolveria
com a legalização do Lobbyng e da Captação de Recursos de Campanha por
consultorias especializadas e registradas em seus conselhos, a exemplo dos EUA,
tirando do parlamentar a intermediação natural de interesses, ele está lá para
representar o povo e não intermediar
interesses privados diretamente.
Vamos parar de nos enganar, restrições ao marketing político
governamental e eleitoral é outro retrocesso, proibição a pesquisas e controle
de abusos de redes sociais e de mídia idem, isso tudo se corrige quando
desenvolvermos uma massa crítica em nossos cidadãos, e isso se dá através de
Educação Pública de alta qualidade e acesso a Cultura, a exemplo dos sistemas educacionais dos países de primeiro mundo.
Não dá mais pra enfeitar a árvore podre ou cortar os galhos
mais feios, ela precisa ser cortada na raiz e com técnicas que a permitam
crescer de maneira correta, ao meu ver : Voto Distrital Misto, instituição do
Lobbyng e da Captação terceirizada de Recursos de Campanha e a ampla liberdade
de comunicação e informação que deverá ser ponderada pela consciência crítica
de uma sociedade educada e culta, e isso é um dever primeiro do Estado e também
da família.
Renato Dorgan Filho, 40 anos, MBA em Marketing Político e Comunicação Eleitoral, Consultor Político e Advogado Especializado em Direito Constitucional, Sócio Proprietário da Travessia Estratégia e Marketing.
Renato Dorgan Filho, 40 anos, MBA em Marketing Político e Comunicação Eleitoral, Consultor Político e Advogado Especializado em Direito Constitucional, Sócio Proprietário da Travessia Estratégia e Marketing.