Enquanto discutimos todos os
movimentos da sucessão presidencial deixamos em um segundo plano as eleições
para Governador, que também ocorrerão no ano que vem.
A complexidade de palanques
casados com a eleição federal provocará choques e recuos que abalarão as
políticas regionais.
Acostumamos com eleições
polarizadas entre PT e PSDB, mais precisamente em disputas entre Lula x Serra ou Alckmin. A eleição que
se aproxima é um resgate em parte do que ocorreu em 2002 entre Lula, Serra,
Ciro e Garotinho.
Nesta. o candidato a presidência do
PSDB é de Minas Gerais, pela primeira vez em anos, São Paulo não encabeçará o
majoritário federal, Alckmin terá disputa múltipla no Governo paulista (Padilha - PT, Skaf - PMDB, Kassab - PSD,
Major Olímpio-PDT, etc.) e não
polarizada como foram as últimas três eleições, em todos os casos a disputa
será possivelmente em dois turnos.
No Nordeste a complexidade é
ainda maior, alianças PSB - PMDB serão desfeitas, Estados como Paraíba por
exemplo, Dilma terá que buscar palanque e criar candidatos, já que a
polarização local é entre PSB x PSDB. A candidatura de Eduardo Campos a
presidência cria um reordenamento nas alianças e disputas do majoritário do
Estados nordestinos.
No Rio de Janeiro, Sérgio Cabral está mal avaliado,
achava que passaria naturalmente a cadeira
para seu vice Pezão – PMDB, ao contrário sofre com os ataques diários ao
Governo. O ex-governador Garotinho - PR e o Ministro Crivela - PRB despontam à frente nas pesquisas e são base de
Dilma no Congresso, enquanto isso o PT quer Lindembergh candidato, no papel do jovem
administrador, ou seja, todos orbitam no raio de ação de Dilma, uma conciliação
quase que impossível.
A complexidade destas eleições a
Governador será de dimensões incalculáveis em seu resultado final, um
verdadeiro embaralhamento da política nacional, devemos estar atentos a estes
pleitos, pois os principais índices de insatisfação popular estão ligados
diretamente a competência dos executivos
estaduais ( Segurança pública, educação fundamental, Saúde, mobilidade de
transporte metropolitano, dentre os principais).
A opção do eleitor nas eleições
estaduais não será por políticas econômicas de inclusão social e de aumento de
crédito, terão que atingir a necessidade do usuário de serviços públicos,
justificando e convencendo o eleitor dos feitos ou mostrando de maneira
objetiva o que deverá ser realizado.
O diferencial será a percepção de
imagem que este candidato passará a seu eleitor : Cidadão normal, personagem ou político tradicional ? Homem que faz ou que
diz que faz, ou pior, promete que fará? O eleitor, em sua maioria, optará pelas
primeiras opções.