sexta-feira, 26 de julho de 2013

Transparência

Momento de silenciar acreditam uns, momento de se comunicar direito dizem outros. O realista pensa: na verdade quem deve não teme.

A crise de identidade política instaurada em nosso país demonstra a fragilidade de seu exercício.

Me perguntam constantemente o que se fazer num momento como esse? De cara respondo, seja você mesmo, se isso for bom,  faça e proponha coisas que você conhece e tenha condições de executar, senão mude, se recolha e contribua de outra forma.

Tenha uma conduta simples, não ostente, não ande em tropas de segurança e de assessores, não assedie moralmente os seus próximos, mostre abertamente no que você acredita, seja religioso ou não, conservador ou progressista, defenda suas convicções e as siga.

A classe política brasileira tem a fixação pelo mágico e inalcançável. Quem vende apenas sonhos não quer executá-los, quer apenas colher os frutos desta expectativa, e o eleitor percebeu isso.

O  povo cansou, prefere ver coisas simples realizadas, homens comuns na ação política, menos conversa e mais ação, quer conduta ética no trato das coisas, não suporta mais barganhas.

A eleição de 2014 vai ser aquela do que “ O Senhor fez de verdade por nós?” . Os candidatos ouvirão isso e terão de responder com convicção e verdade.

Quem já tiver mandato vai ter que explicar diretamente o que fez, ações impalpáveis e genéricas não serão admitidas, e quem não tiver mandato deverá estar envolvido com algo de real, não adiantará na maioria dos casos ter uma grande horda de amigos ou um grande apelo financeiro.

O homem público será medido pelo que faz,  por sua imagem próxima a do homem comum e por sua conduta ética e moral.

A pesquisa será o principal instrumento de medição destas expectativas, mensurar a imagem e vocação do político e cruzá-las com a expectativa do eleitor será um dos segredos desta imprevisível eleição de 2014.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sucessão de erros.


No início de tudo o governo federal fez de conta que não era com ele, mas sim pelo valor das passagens de ônibus, pelo policiamento hostil ou em virtude dos gastos com a Copa.
Depois continuaram as manifestações e percebeu-se que o poder central é o principal motivador do descontentamento, a queda de aprovação da Presidente foi vertiginosa e sobrou por tabela para toda a classe política.
O Brasil ganhou a Copa, daí começaram as tentativas de conserto, ou melhor, de extração de galhos podres e tortos: derrubou-se a PEC 37, fizeram um pacotão de medidas genéricas que já se diluiu, um ou outro movimento paliativo..., quando que num repente, uma junta de tecnocratas da Casa Civil inventaram o grande Plebiscito de Reforma Política.
Quando o cidadão meramente informado parou para refletir sobre este plebiscito, descobriu que sua realização era inútil, existia simplesmente para desviar o foco do principal do problema: uma crise de gestão de governo.
A reforma não colou, e aos poucos se matou a idéia bizarra, sepultada aos poucos pelo Congresso.
Este mesmo Congresso iniciou um ensaio confuso de uma micro reforma política, esperando também que a fumaça do descontentamento se dissipasse, como se esta crise fosse passar, não perceberam que é uma mudança de hábito.
Como não bastasse a sucessão de desastrosas medidas, mobiliza-se às Centrais Sindicais para uma fictícia greve geral, para chorarem junto à população brasileira e em contrapartida assustar adversários políticos.
Resultado: um grande fracasso, sem nenhum mote justificável se diluiu numa tentativa megalômana de alcançar os grandes centros, o efeito foi um tiro na água.
As derrotas e trapalhadas sucessivas, levam o governo federal de uma eleição praticamente ganha no início do ano para um dos pleitos mais concorridos de nossa história, não eximindo desta árdua disputa Governadores, Deputados e Senadores, o jogo todo está em aberto.
O mais perigoso: Não existe uma regra estratégica de ação definida, será olho no olho, na base da confiança, da ficha pregressa e das ações unicamente em prol da melhoria da vida das pessoas, quem dá as cartas não serão as organizações, e sim as pessoas normais.
Aleluia diria o salmista, estamos realmente amadurecendo.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A Refundação do Brasil.


Minha irmã esteve na Dinamarca e um amigo na Bélgica nas últimas semanas, ambos me relataram o que viram, transporte publico de qualidade, poucos carros na rua, saúde preventiva, reciclagem e coleta de resíduos moderna, educação de primeira, etc.

Modelos de sistemas de gestão que dão certo. Me pergunto : O que o brasileiro espera quando vai às ruas? Respondo com certeza: Viver bem como nestas sociedades.

Logo pensamos: “Isso é impossível, é um outro povo, a temperatura é diferente, outra religião, não tivemos guerra”.

Não é nada disso, o problema é que nosso sistema administrativo é altamente burocrático abrindo vias para a corrupção, nossas instituições que devem coibir a corrupção são frágeis em sua ordem sistêmica (Judiciário, Receita Federal, Polícia Civil e Federal).

O Brasil foi descoberto no auge da monarquia portuguesa, e formado no segundo Império sob a centralização de Pedro II, que tinha uma corte bajuladora e ineficiente, um parlamento que representava interesses pessoais de senhores de escravos que se socorriam ao Imperador para facilitação de benesses privadas, além de uma elite financeira meramente mercantilista.

Os alicerces da refundação do Estado brasileiro está antes de mais nada no fortalecimento de instituições para que estas combatam os devaneios de nossas elites; na meritocracia para se atingir cargos públicos; na desburocratização do sistema público; na reforma do sistema político de proporcional para distrital; na reformulação  paulatina do centralismo do presidencialismo para um parlamentarismo responsável; em um novo pacto federativo (neo confederação)  de Estados, visando a reformulação fiscal e tributária e a independência de legislar temas infraconstitucionais.

 Não podemos mexer nas verdadeiras conquistas como: Constituição cidadã, autonomia do MP e do Judiciário, tripartição de poderes, eleições diretas e representativas, devido processo legal, liberdade de imprensa, estado laico, direitos humanos, que são conquistas que nos colocam num patamar mínimo de civilização.

Vamos esquecer esta besteira que estamos fadados a liderar o mundo, queremos viver bem e isso basta!